A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou nesta terça-feira (16) que o procurador José Alfredo de Paula deixou o cargo de coordenador do grupo de trabalho da operação Lava Jato na PGR.
A saída foi formalizada na última sexta-feira (12) e, segundo a assessoria da PGR, por motivos pessoais. O procurador está de férias e não voltará mais ao cargo. A informação foi antecipada pelo jornal "O Globo".
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante palestra no STF, em junho deste ano — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Interlocutores confirmaram à TV Globo que ele estava insatisfeito com o ritmo de investigações na gestão de Raquel Dodge na procuradoria.
O caso da delação do empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, seria um exemplo. Segundo investigadores, José Alfredo reclamava da demora da procuradora-geral em enviar a colaboração para homologação pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Investigadores dizem que os depoimentos já estão concluídos desde fevereiro e que até agora Dodge não os enviou ao STF para validação.
Interlocutores dizem também que José Alfredo de Paula considerou que Dodge foi omissa no episódio das mensagens atribuídas a procuradores da Lava Jato e não saiu em defesa de sua equipe e nem da operação.
No início de junho deste ano, o site The Intercept divulgou trechos de mensagens atribuídas a procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e ao então juiz federal Sérgio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública. As mensagens foram extraídas do aplicativo Telegram.
Fonte G1