Por Gustavo Cardoso
Temos, atualmente, mais de 50 cidadãs e cidadãos internados em Parintins, o que desperta uma preocupação justificada e emergencial de toda a população e da institucionalidade.
E não se pode perder de vista que o pouco ou o muito que sabemos até aqui, sem exceção, deve-se à produção científica, que gera um aperfeiçoamento no combate e na adequação de protocolos.
Assim, apenas a ciência pode e deve ser a baliza civilizatória no enfrentamento à uma crise humanitária, social e de saúde.
É preciso, como nunca, a compreensão de que ainda estamos no olho do furacão. Absolutamente, nenhuma vida é substituível, à medida que todas as pessoas representam sonhos e um ciclo de afeto que às vezes conhecemos e que também não conhecemos.
Não se desconhece que o desafio de um país e de uma região com extrema desigualdade social é ainda maior. Afinal, a luta pelo sustento não só é compreensível, como é esperada.
Por outro lado, a defesa do isolamento social e de restrições quanto a atividades não essenciais figura como ferramenta ainda necessária ao nosso momento.
Não basta não ser “pessoa em situação de risco” em grau estatístico. Quantos jovens convivem com pessoas idosas ou com comorbidades em suas casas?
De churrasco e praia quase todo mundo gosta. Mas são, realmente, atividades centrais nesse momento? Sem “mas” ou “todavia”, apenas responda para si mesmo: são atividades que ainda podem esperar em razão do nosso cenário preocupante?
118 pessoas já perderam a vida até aqui na cidade de Parintins e, só nesse mês, há uma média de quase 01 (uma) morte por dia.
É hora de pensar, repensar e agir.
O autor é Defensor Púbico do Estado do Amazonas