A capital do Amazonas será a sede do próximo encontro dos gestores estaduais da região e, segundo o governador Wilson Lima, o 26º Fórum de Governadores da Amazônia Legal, com previsão para o segundo semestre de 2023, deverá focar debates no protagonismo que a população local deve ter nas discussões nacionais e internacionais sobre a região.
“A gente tem uma janela muito importante porque o mundo hoje fala sobre a Amazônia, o mundo hoje fala sobre meio ambiente, a vinda da COP para o Brasil, em Belém, é um sinal muito importante do mundo e não tem como a população da Amazônia não ser protagonista nesse processo. O Consórcio da Amazônia é um instrumento legal para que efetivamente isso aconteça. A gente não pode de forma nenhuma abrir mão desse protagonismo, de colocar a realidade, a complexidade que a gente vive na Amazônia”, avaliou o governador Wilson Lima.
O Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, que possui personalidade jurídica desde 2019, é uma iniciativa conjunta dos governadores dos nove estados que compõem a Amazônia Legal para criar e impulsionar o desenvolvimento sustentável com base em políticas e estratégias comuns.
Ainda de acordo com o governador do Amazonas, em sua fala no 25º Fórum dos Governadores da Amazônia Legal (em Cuiabá, MT), após anúncio de que será o anfitrião do próximo encontro, é preciso que as discussões sobre preservação da região amazônica considerem o sustento das populações que a habitam, provendo condições de subsistência a partir da geração de empregos, de acesso à água potável e à conexão de internet.
“O Brasil constrói uma relação internacional muito significativa de abertura de diálogo, mas essa abertura de diálogo e esse gesto do Brasil não podem ser feitos colocando nossa população de joelhos, porque vai chegar um momento em que a nossa população vai virar pedinte se a gente continuar na pegada que tem sido feito. Nós temos potenciais econômicos significativos e não há outro jeito de garantir a proteção da floresta. Não se protege a floresta com pobreza”, alertou Wilson Lima.
Ao final do encontro, o Consórcio da Amazônia Legal decidiu pela criação de uma Frente Parlamentar Mista para a Defesa da Amazônia, que deverá reunir deputados e senadores para reforçar as discussões de temas comuns importantes para o desenvolvimento e preservação da região.
*Fórum em Cuiabá*
Na Assembleia Geral que reuniu os governadores da Amazônia Legal na capital de Mato Grosso foram discutidos os resultados das reuniões das Câmaras Setoriais de Meio Ambiente, Saúde, Segurança Pública e Agricultura, realizadas na quarta e quinta-feira (14 e 15), e eventos da agenda Pan-Amazônia, que envolve os países que têm a floresta amazônica em seu território: Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil.
Na ocasião, os chefes de estado assinaram a Carta de Cuiabá, com o posicionamento dos gestores que será direcionado à Cúpula da Amazônia, que acontece no Brasil em agosto. A reunião terá os oito países que partilham o território da Amazônia e tem o objetivo de produzir uma posição de consenso a respeito da floresta que será levada a debates globais sobre ação climática, a exemplo da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre em setembro.
Participaram, além de Wilson Lima e de Mauro Mendes, que governa Mato Grosso, os governadores dos estados do Amapá, Clécio Luís; do Acre, Gladson Cameli; de Rondônia, Marcos Rocha; de Roraima, Antônio Denarium: e do Pará, Helder Barbalho, que também preside o presidente do Consórcio Amazônia Legal; além de secretários estaduais e outras autoridades convidadas.