Por Raimundo Reis Ferreira*
Aposentado e morando agora em Manaus, estou tendo tempo de ler mais livros e também de vasculhar meus alfarrábios.
Neste fim de semana, reli o livro Clarões de Fé do Médio Amazonas, de autoria de Dom Arcângelo Cerqua, homem organizado, estudioso e uma das mentes mais brilhantes que conheci e com quem convivi em Parintins.
Na página 185 está escrito:
“A 6 de junho de 1965 inaugura-se a Quadra da Catedral e, durante as festas juninas, por sugestão do Sr. José, dono da Casa Preferida, celebra-se em favor da construção da Catedral o primeiro Festival Folclórico de Parintins".
Eu, ainda moço, estive presente nesse evento, mas jamais passou pela minha cabeça que a ideia teria partido do comerciante José Preferida, como era conhecido.
E por que somente hoje estou tocando nesse assunto? Para que possamos, mesmo que tardiamente, reparar e fazer justiça ao autor da ideia do nosso Festival.
Cinquenta e sete (57) festivais já se passaram e, durante todo esse longo tempo, o Sr. José Preferida nunca foi lembrado para nada, nunca foi convidado para nada. E, pasmem, nunca reclamou de nada, nunca reivindicou nada, mesmo sabendo da sua enorme contribuição para o desenvolvimento cultural, social e econômico de Parintins nos dias de hoje.
Com a palavra agora o prefeito Mateus Assayag, a vice Vanessa Gonçalves e os bois Caprichoso e Garantido, bem como quadrilhas e folguedos juninos, para, em nome do povo parintinense, fazer o necessário reparo junto ao Sr. José Preferida, que atualmente mora em Manaus.
Salvo melhor juízo, a paternidade do nosso Festival fica assim:
Ideia: comerciante José Preferida
Estrutura logística (quadra) e apoio moral: Dom Arcângelo Cerqua, bispo prelado de Parintins
Gestão e "pai": Raimundo Muniz e a entidade católica JAC
Por que pai Raimundo Muniz?
Porque pai não é quem põe o filho no mundo, mas quem cria.
*O autor é ex-prefeito de Parintins e ex-deputado estadual