
Em sua primeira visita à região norte do país, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, participa do 56º Festival Folclórico de Parintins nesta sexta-feira, 30. Marcado pela disputa entre os Bois Garantido e Caprichoso, o evento é considerado a maior manifestação cultural da região, reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura (MinC).
Na Ilha Tupinambara, a agenda tem início às 10h30, quando a ministra visita a Praça dos Bois, o Bumbódromo e o Liceu de Arte e Ofícios Claudio Santoro. Em seguida, ela faz city tour pela Orla da Cidade e aos Currais dos Bois Caprichoso e Garantido e, na Praça da Catedral de Nossa Senhora do Carmo, conhece o Turistódromo, a Feira Gastronômica, a Estação da Cultura, a Feira de Artesanato dos Povos Originários e a Catedral.
À noite, a partir das 20h, é a vez de assistir aos desfiles dos Bois Garantido e Caprichoso, que competem pelo título de campeão 2023. “Esse Festival é um dos mais importantes eventos do país pela sua pujança e pelo simbolismo que traz para a região amazônica. Além de retratar a nossa cultura e a nossa história, o evento gera desenvolvimento econômico, atraindo turistas, gerando emprego e renda”, destacou a chefe do MinC.
As apresentações dos bois de Parintins têm sua origem no folclore do boi-bumbá, a partir de uma variação da expressão cultural no Maranhão. No Amazonas, ganhou características próprias, incorporando as lendas e rituais das etnias indígenas e da cultura popular, afirmando a identidade cabocla do estado.
De acordo com o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes, que acompanha a ministra na agenda no Amazonas, a festa de Parintins é um dos maiores exemplos da força da economia criativa de um território. “É uma movimentação que traz muita riqueza. Pela quantidade de pessoas empregadas, pelo movimento turístico, onde todos os hotéis e restaurantes ficam lotados. As pessoas não têm a menor dimensão de quão grande é esse festival comparável, inclusive, ao Carnaval do Rio de Janeiro, em termos de força simbólica”, afirma.
O Festival conta com recursos da Lei Rouanet e, neste ano, foi aprovada no MinC a captação de R$ 7,2 milhões junto aos patrocinadores. “Por meio da Lei Rouanet, os produtores captaram, até o início da semana, R$ 4,5 milhões e podem continuar captando”, explica o secretário, que considera importante a participação do ministério.
“Há um certo conceito de que a Lei Rouanet não atende as regiões mais distantes do eixo Sudeste e Sul. Sem essa lei, esse festival não aconteceria. Então, eu acho que a presença do MinC é importante para dar visibilidade a essa manifestação. É uma forma de mostrar que a lei de incentivo à cultura é fundamental para esse tipo de atividade e de sinalizar a importância que esta gestão dá para essa manifestação folclórica do nosso país, tão diversa do que a gente encontra nas outras regiões brasileiras”, concluiu.
A comitiva ministerial inclui a Secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins, o Diretor de Articulação e Governança da Secretaria dos Comitês de Cultura, Pedro Vasconcelos e o Diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN, Deyvesson Israel.
A participação da ministra Margareth Menezes atende ao convite do governador do Amazonas, Wilson Lima, que esteve em Brasília no final de abril, acompanhado de representantes dos Bois Garantido e Caprichoso, e oficializou o chamado.
Tradição
Com o tema Festival dos Povos da Floresta, esse ano a festa começa no dia 30 de junho e segue até 2 de julho, no Bumbódromo, espaço inaugurado em 1998, em formato de cabeça de boi, que comporta entre 35 e 40 mil pessoas e está dividido em dois lados, o azul, que abriga a “galera”, como é chamada a torcida, do Caprichoso e um vermelho, para a galera do Garantido.