Mauro Neto/Secom
Notícia do dia 13/04/2025
“Não vai ser preciso mais esse negócio de fossa. Vai ser bem mais moderno, a cidade vai ficar mais moderna”, afirma com entusiasmo o comerciante Benedito Linhares, 65 anos, morador de Parintins. O depoimento resume a esperança da população diante das obras do Programa de Saneamento Integrado (Prosai Parintins), que vão transformar o sistema de abastecimento e esgotamento sanitário da cidade.
Parintins, que até hoje não possui rede de coleta e tratamento de esgoto, terá a cobertura ampliada de 0% para 25% e o fornecimento de água potável garantido a 100% das residências conectadas à rede. É o maior investimento em infraestrutura já realizado no interior do Amazonas.
Na sexta-feira, o governador Wilson Lima esteve no município para assinar a ordem de serviço que autoriza o início da obra da rede de esgoto. Também foram entregues licenças ambientais para a perfuração de dois novos poços, que vão compor o novo sistema de abastecimento de água da cidade.
“Com esse trabalho na nossa cidade, vai melhorar. É o futuro para eles”, diz Aline Teixeira, 28 anos, moradora do bairro Palmares, ao lembrar das dificuldades que enfrentava com os filhos por conta da água de má qualidade.
Durante a visita, o governador vistoriou os trabalhos em andamento no Centro de Reservação e Distribuição 2 (CRD2), o maior dos quatro centros do projeto. O espaço está recebendo cinco poços, reservatório e laboratório do SAAE. Também foram acompanhadas as obras nas ruas Nhamundá e Barreirinha, no bairro Palmares.
INFRAESTRUTURA E IMPACTO DIRETO NA SAÚDE
O Prosai Parintins prevê a implantação de 34 quilômetros de rede coletora de esgoto, 2.423 ligações domiciliares, quatro estações elevatórias e uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Na área de abastecimento, o projeto inclui quatro CRDs, dez poços profundos e a recuperação de outros sete já existentes. Até agora, já foram instalados 22 quilômetros da nova rede de abastecimento, beneficiando bairros como Itaúna 2, Paulo Corrêa, Jacareacanga, Palmares, São Francisco e o Distrito Industrial.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano e coordenador da UGPE, Marcellus Campêlo, o maior impacto da obra será na saúde pública: “A qualidade da água será outra. A coleta e o tratamento de esgoto vão trazer uma transformação real na vida da população.”
URBANIZAÇÃO, HABITAÇÃO E MEIO AMBIENTE
Com investimento de US$ 87,5 milhões – sendo US$ 70 milhões financiados pelo BID e US$ 17,5 milhões de contrapartida estadual – o Prosai vai além da infraestrutura básica. O programa prevê a requalificação urbana de 208 mil metros quadrados no entorno da Lagoa da Francesa, beneficiando 12 mil pessoas.
Estão previstas a construção de um novo mercado, parques, praças, ciclovias, quadras poliesportivas, playgrounds, quiosques, um PAC e o Centro de Qualificação da Mulher Parintinense.
Na habitação, 832 famílias que vivem em áreas de risco serão reassentadas, sendo 504 com novas moradias e as demais com soluções habitacionais adequadas ao perfil socioeconômico.
Transformação em curso
Segundo a UGPE, hoje, 45% do esgoto de Parintins não recebe tratamento, sendo 31% despejado em igarapés e 14% lançado a céu aberto. Com o Prosai, esse cenário começa a mudar.
Para os moradores, a transformação vai além da estrutura: é uma nova relação com a cidade. “Eles estão vendo o trabalho. E vão lembrar que viram a mudança da água acontecer”, conclui Aline, emocionada com o futuro que começa a ser construído agora.
