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Notícia do dia 23/12/2025
Unhas frágeis, descoloridas, com ondulações ou manchas podem
indicar muito mais do que descuidos estéticos. Segundo especialistas,
esses sinais devem ser observados com atenção, pois podem revelar
deficiências nutricionais, doenças de pele ou até alterações no
funcionamento de órgãos.
"Quando estão fracas e quebradiças, pode
ser deficiência de micronutrientes. Como boa parte da composição
das unhas é mineral, muitas vezes é preciso repor vitaminas e
minerais", explica Priscila Rocha, professora do curso técnico em
Estética do Centro de Ensino Técnico (Centec).
Ela destaca ainda que há alterações que exigem atenção imediata:
descamação acentuada em unhas e cutículas pode indicar psoríase;
formato achatado, com aparência de 'colher', costuma sugerir anemia;
unhas muito pálidas podem apontar problemas hepáticos ou má
circulação; enquanto as amareladas têm relação com infecções
fúngicas ou questões respiratórias.
Nesses casos, o ideal é procurar avaliação com um profissional da
saúde, como médicos dermatologistas ou clínicos. O autodiagnóstico
ou o uso de soluções cosméticas sem orientação adequada pode
atrasar o tratamento de condições mais sérias.
Papel do esteticista
Mesmo sem atuação clínica, esteticistas podem ser os primeiros a
perceber essas alterações. Isso ocorre especialmente em atendimentos
mais detalhados, como reflexologia e procedimentos de spa. "Unhas
amarelas, desprendidas do tecido ou escurecidas já acendem um alerta
e podem justificar uma consulta médica", afirma Jeniffer Freitas,
também professora do Centec.
Ela ressalta que a abordagem precisa ser cuidadosa e respeitosa com o
cliente. "Quando a gente se depara com unhas que possuem algum sinal
relacionado à saúde, a nossa orientação é iniciar a conversa em
um ambiente privado para que a cliente se sinta à vontade para falar
do assunto", diz Jeniffer.
Essa escuta ativa, segundo Priscila Rocha, é uma das competências
desenvolvidas desde a formação. "O aluno não desenvolve apenas
competências técnicas. Nossa profissão é muito humanizada e, por
isso, o estudante aprende a investigar, ouvir, conversar, fazer
perguntas-chave e buscar ser um profissional atualizado nas
informações relacionadas à saúde e beleza."
Além disso, a proximidade criada durante o atendimento facilita esse
diálogo. "Perguntas simples, como sobre hidratação, alimentação
ou fatores emocionais, ajudam a compreender o contexto. Quando ouvimos
a cliente, conseguimos informações que esclarecem a origem das
alterações", conclui Priscila.