Foto: Ricardo Stuckert / PR
Notícia do dia 24/09/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou a tribuna da 80ª Assembleia Geral da ONU para marcar posição em temas centrais da política internacional e reafirmar o protagonismo do Brasil no cenário global. Em um discurso firme e aplaudido, Lula destacou a importância da soberania nacional, defendeu o multilateralismo, apontou o papel do país na mediação de conflitos e fez duras críticas às violações de direitos humanos.
Logo no início, Lula frisou que o Brasil não aceitará imposições externas nem medidas que interfiram em sua autonomia. “Ninguém pode se colocar acima da soberania de um povo”, afirmou. O presidente também reiterou o compromisso brasileiro com a paz e a cooperação entre nações, mencionando a necessidade de frear conflitos em andamento e de fortalecer os organismos multilaterais.
Chamou atenção ainda sua referência ao “genocídio em casa”, expressão usada para alertar sobre a violência estrutural que atinge populações vulneráveis dentro das fronteiras nacionais e que, segundo ele, deve ser tratada com a mesma seriedade que as tragédias internacionais.
Ao longo do discurso, Lula homenageou líderes e figuras históricas ligadas à luta por justiça social, liberdade e independência, reforçando o tom simbólico da fala.
O recado a Trump
Em um dos trechos mais comentados, Lula enviou uma mensagem indireta, mas clara, ao presidente norte-americano Donald Trump, ao criticar sanções e restrições impostas unilateralmente contra o Brasil. Para o mandatário brasileiro, medidas dessa natureza representam “ataques a instituições legítimas e à democracia”.
A reação de Trump surpreendeu. Em sua própria intervenção na Assembleia, o presidente dos Estados Unidos se referiu a Lula de maneira positiva, descrevendo-o como um líder com quem teve “excelente química” em um breve encontro nos corredores da ONU. Trump anunciou ainda que pretende se reunir com o brasileiro na próxima semana para aprofundar a conversa.
Breve encontro
O cumprimento rápido entre os dois presidentes nos corredores da ONU foi interpretado como um gesto diplomático relevante, especialmente diante do histórico recente de atritos bilaterais. Nas últimas semanas, a relação Brasil-EUA foi marcada por tensões envolvendo tarifas comerciais e sanções aplicadas por Washington, às quais Brasília reagiu com firmeza.
A previsão de uma reunião formal, já confirmada por Trump, cria expectativa de um possível recomeço. Na pauta, devem estar comércio, meio ambiente, cooperação internacional e o futuro da relação estratégica entre os dois países.
AmEmPauta